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Celina Feira: 70 anos
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Muito
se fala de Anita Garibaldi personagem histórica na Guerra dos Farrapos, porém,
poucos se lembram de Celina Dutra Feira (nome de solteira). Talvez por ser uma
mulher de origem pobre ou até mesmo por ser do Segundo Subdistrito de Piratini
acabe sendo esquecida pelo povo piratinense. Seu feito não foi menos importante
do que o de Anita, na década de cinquenta, quando a mulher era ainda uma figura
discriminada na sociedade, Celina consegue, de forma inédita, quebrar o
preconceito machista ocupando uma cadeira na Câmara de Vereadores de Piratini.
Filha
de José Martins da Feira (fabricante de fumo em rama) e Antônia Dutra
(parteira) que moravam numa chácara próxima à Gruta, às margens da BR 293, na
divisa entre Piratini e Pinheiro Machado. Nasceu no dia 09 de julho de 1878,
conforme inscrição encontrada atrás de uma fotografia, já na árvore genealógica
da família consta que o seu nascimento ocorreu no ano de 1880, provavelmente a
era que esteja em sua certidão de nascimento, na época era comum as crianças
serem registradas alguns anos depois.
Sua
vida não foi nenhuma mesmice, filha de família pobre, enfrentou inúmeras
dificuldades até os seus 24 anos, quando se casou com o viúvo, Franklin Marcelino
de Souza. Não pense que casar com o renomado fazendeiro foi cair em um mar de
rosas, de regalo a jovem ganhou sete filhos para criar e ainda toda a responsabilidade
de comandar o lar da Fazenda do Eucalipto.
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Celina Feira: 80 anos
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Influenciada
por ser membro de uma das mais conceituadas famílias, Marcelino de Souza, e
pelo seu estilo altruísta e autêntico, Feira de Souza, ocupa então, em 05 de
dezembro de 1958, uma cadeira no Legislativo piratinense presidido pelo
vereador Miguel Gomes de Freitas. O que talvez ela nunca imaginasse é
que jamais outra mulher conseguiria tomar o seu posto, o que torna sua façanha
mais relevante. (Obs.: em nossa pesquisa encontramos uma divergência na era em que a
vereadora teria assumido o seu mandato, 1947 ou 1958).
Por
incrível que pareça os problemas enfrentados na zona rural de Piratini, há
cinquenta anos, eram os mesmo que a comunidade atravessa nos dias atuais. A
falta de manutenção nas estradas já era uma preocupação da Vereadora, que se
destacou por apresentar várias proposições solicitando reparos nas estradas do
município.
Integrante
da bancada do PSD, ela ainda fez parte da Comissão de Parecer que criou o cargo de
Secretário Privativo da Câmara. Celina Feira de Souza (nome após o casamento)
faleceu em 1° de dezembro de 1964, aos 84 anos. A Vereadora está sepultada no
Cemitério do Espírito Santo no Segundo Subdistrito de Piratini.
Por: Rogério de Souza Lucas/
Bisneto da Vereadora
Fotos: Arquivos da Família
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