Prof: Alex Vaz Cardoso |
Bento XVI, com a idade avançada, e
problemas de saúde se deparou com os recentes escândalos, envolvendo a alta
cúpula dentro do Vaticano, e sua disputa interna pelo poder, assim como a
divulgação de documentos sigilosos, que apontam a ligação das instituições
financeiras da Santa Sé, com a máfia italiana; e creio que isto veio a
precipitar a sua decisão, de abdicar do poder.
Nestes anos que Bento XVI, esteve a frente
da Igreja Católica, foram marcados por sua visão conservadora, baseada numa
profunda visão tradicional, de uma igreja dos tempos medievais, onde esta servia
de juízo moral, aos cristãos. O Papa, amarrado por seu conservadorismo, e falta
de disposição para dialogar com as diferentes correntes de pensamento, se viu
pouco capaz, para pensar os rumos da Igreja Católica, frente às enormes
transformações culturais, deste período histórico.
O Cardeal J. Ratzinger, que se tornou o
Papa Bento XVI, mostrou-se marcadamente, ao longo de sua trajetória como
teólogo, de posição conservadora, diante dos dilemas, enfrentados pela igreja
nas últimas décadas. Deve-se lembrar, que o então Cardeal fez uma dura oposição
às alas progressistas, principalmente aquelas que procuram dentro da igreja,
uma atitude de ação política afirmativa, em relação aos milhões de seres
humanos que se encontram na miséria e opressão.
A igreja Católica, e seu governante
incontestável, o Papa, são de grosso modo, a representação de um modo de
governar absolutista, que remonta aos antigos imperadores romanos, cerca de
dois mil anos atrás. A Igreja soube
muito bem ao longo de quase vinte séculos de existência, aproveitar das
transformações políticas e culturais, para afirmar ou expandir seu poder;
entretanto, a defesa de sua postura absolutista e conservadora, no momento, em
que vivemos num mundo democrático, faz com que a Igreja Católica, fique cada
vez mais isolada culturalmente, e a enorme perda de seus seguidores, que migram
principalmente para igrejas evangélicas, as quais encontram um universo
cultural, próximo de suas aspirações.
Muitos católicos anseiam que o sucessor
deste último Papa, troque o poder absoluto,
pelo diálogo e a conciliação; busque menos poder e mais compaixão com os
sofredores; pois deste modo, talvez a Santa Sé seja capaz de sobreviver até o
próximo século.
Prof. Alex Vaz Cardoso.
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