domingo, 29 de maio de 2011

O COLEGA DE BARBOSA LESSA

O piratiniense RUBENS DE MACEDO GARCIA aniversariou no dia 27 de maio de 2011, completando 84 anos de idade. Filho de Pedro Maurício Garcia e de Luíza Izaura Macedo Garcia. Teve sete irmãos: José Acelino Garcia, Naire Macedo Garcia, Elvira Macedo Garcia, Elda Macedo Garcia, Luíza Macedo Garcia, Ione Macedo Garcia, Alaor Macedo Garcia, sendo que os  quatro primeiros são falecidos.
Lúcido, caminhando com firmeza, interagindo com seus familiares, o modo introvertido desse octogenário  esconde várias histórias bonitas, dentre elas a de ter sido colega de aula de LUIZ CARLOS BARBOSA LESSA, na escola Ponche Verde. Seu Rubens nasceu em 27 de maio de 1927, ou seja, dois anos antes do ilustre piratiniense. A foto que ilustra esta matéria mostra o Padre Reinaldo Wist e um grupo de crianças em sua primeira comunhão, dentre elas, Barbosa Lessa, de roupa escura, e o senhor Rubens, o quinto em pé, olhando-se da direita para a esquerda. Teriam, respectivamente, dez e doze anos.        Seu Rubens conta que Barbosa Lessa era um menino muito alegre e brincalhão que já mostrava talento para o teatro, pois adorava atividades circenses, cantava e compunha paródias. Seu Rubens lembra que vinham muitos circos a Piratini, “até muito mais do que agora”. Na própria escola, realizavam-se festivais escolares, onde Barbosa Lessa fazia papel cômico. Apesar de Barbosa Lessa ser filho de um médico, seu Rubens lembra que ele não fazia distinção de qualquer natureza com quem convivia: “todos eram iguais para ele.” Recorda, ainda, que Barbosa Lessa, quando tinha em torno de dez anos de idade, sofreu fratura em um braço quando tentou pular um palanque que era colocado em frente à antiga Loja Percília, na esquina da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. Referido palanque consistia em uma madeira colocada para os cavaleiros atarem os cavalos utilizados para meios de transporte e os meninos da época costumavam pular nesses palanques, ou seja, impulsionavam os corpos com os braços e pulavam por cima dos mesmos. “O pessoal até nem acredita que eu tenho essa idade” – diz  o senhor Rubens. Quem o vê, não imagina o manancial de recordações que tem daquele tempo, especialmente, as que se referem à época em que foi menino e colega de Barbosa Lessa. O relógio que aparece na foto, ao lado de Seu Rubens, traduz o tempo, o tique-taque dos momentos que passam em nossos ouvidos e que, na maioria das vezes, sequer os percebemos. Outra foto que fez questão de mostrar é onde aparece ao lado de sua querida esposa, Leda Garcia, já falecida.
Bisavô de lembranças guardadas nos recôncavos do peito, a mão de Seu Rubens aperta as memórias mais queridas que desprende pela voz, em frases curtas, por trás de um sorriso manso de quem se sente bem com a idade que tem.
Piratini e qualquer lugar no mundo se constituem das histórias das coisas e pessoas que os habitam. As evocações do que passou servem para que nos alicercemos no presente para melhor construirmos o futuro. Seu Rubens faz parte de um tempo distante. Ouvir sua fala é considerar a riqueza que todos os idosos sabem transportar.       

Um comentário:

Lelezinhah... disse...

Uma pessoa muito querida !Fui vizinha deles !